65% dos alunos do ensino básico irão trabalhar em profissões que não existem mais. Uau! Apesar de esta ser uma informação já bastante difundida, poucos já se deram conta de que esse futuro está batendo a porta. E com força. Afinal, por que educar para um mundo que não existe mais?

Antes de mais nada é necessário se perguntar por que educar para um mundo que ainda não existe? A resposta simples é: porque a educação atual não tem obtido resultados efetivos, no máximo eficiente (e olhe lá). Não faltam matérias para identificar que o sistema atual está falido. Segundo o Todos Pela Educação, mais de 90% dos alunos terminam o ensino médio com níveis insuficientes em matemática. E segundo o MEC, 7 de cada 10 alunos do ensino médio têm nível insuficiente em português e matemática.  Acredito que já te convenci que o formato atual com aulas, alunos passivos e professores tentando transmitir conhecimento está, no mínimo, em decadência. Porém há um outro fator a ser considerado.

O mundo mudou, as chamadas ondas de inovação estão cada vez mais rápidas. A sociedade passou em média 5000 anos para sair da agricultura, 500 na revolução industrial, 50 na era da tecnologia e parece que já estamos mudando de era novamente. Segundo Murilo Gun estamos indo para a idade complexa. Uma era onde os problemas a serem resolvidos são cada vez mais entrelaçados e demandam cada vez mais capacidade de processamento. Além disso é uma tendência que o mundo tenha cada vez mais máquinas fazendo o trabalho braçal, inclusive “roubando” os empregos dos humanos (#matrix). Conclui-se que algo que funcionou até pouco tempo atrás, tem poucas chances de continuar a dar certo daqui pra frente. Hummm! Você está até me assustando, o que ficará para nós humanos? Calma! Tem muito chão pela frente ainda, mas não se engane que também não está tão longe assim. O que precisamos ter em mente é que para os humanos restará o que sabemos fazer de melhor. Pensar!

Trazendo para a educação, não podemos continuar ensinando como se o professor fosse a única fonte de saber. As tecnologias trouxeram uma nova dinâmica para a aprendizagem, é possível aprender de muitas formas e de maneira descentralizada. Uma aula no youtube, por exemplo, consegue muitas vezes ser mais clara, mais didática, mais divertida e mais condensada. Na disputa pela atenção dos alunos, quem você acha que vai ganhar? Segundo Luciano Meira, é o diálogo e a capacidade de argumentar que vão levar os alunos para este futuro que ainda não existe, que na verdade eles irão construir.

A resposta está nas pedagogias ativas, onde o aluno é convidado a desenvolver seu conhecimento na prática, com imersão em problemas e sempre em busca de uma solução. Trazendo o aluno para o centro da aprendizagem e tornando-o co-responsável por seu conhecimento. Um ensino descontextualizado e sem objetivo prático está fadado a no máximo fazer passar em exames, mas não formará um bom profissional com as novas habilidades.

O fato é que não dá para continuar fazendo o feijão com arroz e esperar resultados diferentes. É necessário preparar os alunos para vivenciarem os novos desafios, desafios técnicos, emocionais e sociais. Como diz Luciano Meira: “É necessário refundar a escola”. Antes que seja tarde.

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Referências:

  1. http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/12/so-93-dos-alunos-do-ensino-medio-sabem-o-esperado-em-matematica.html
  2. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/08/30/7-de-cada-10-alunos-do-ensino-medio-tem-nivel-insuficiente-em-portugues-e-matematica-diz-mec.ghtml

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